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domingo, 14 de junho de 2009

MEMORIAL

MEMORIAL
Virginia Macedo de Souza Silva Atualmente sou professora do 6º ao 9º ano da EEEFMEJA Prof. Geraldo Lafayette Bezerra - Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desporto. Graduada em Letras pela UFPB, onde fiz ainda um curso de Especialização para Formação de Treinadores Para Alfabetização, e na Faculdade Integrada de Patos, fiz o curso de Especialização em Gestão Educacional e Criatividade.
Minha primeira experiência como docente no ensino formal foi em 1982 quando conclui a Licenciatura em Letras pala UFPB e fui trabalhar na Escola Estadual de Canguaretama, em Canguaretama-RN, escola que atendia o público da usina Baia Formosa. Naquela Escola, encontrei turmas numerosas compostas por jovens e adultos. Como conhecia o cotidiano dos trabalhadores da usina Baia Formosa, em Baia Formosa/RN, onde meu marido trabalhava como agrônomo e onde residimos durante dois anos, começamos nossos estudos com textos informativos sobre o cultivo da cana-de-açúcar e isto proporcionou a participação efetiva dos alunos, que, entusiasmados, faziam relatos minuciosos de suas atividades: corte, queima e coleta da cana. Eles mostravam o desejo de ascensão funcional, queriam deixar o campo para trabalhar diretamente com a destilação; eles demonstravam curiosidade em conhecer todo processo de destilação. E, a partir daquelas discussões, os alunos compreenderam a necessidade de um conhecimento sistematizado, de uma capacitação para a concretização daquele sonho. Gramsci tinha razão quando afirmava que todo ser humano é intelectual, mas nem todos possuem a mesma função intelectual dentro de uma sociedade (GRAMSCI, 19...). Ele defendia o que chamava de intelectual orgânico . O trabalhador rural precisava ser intelectualizado para desempenhar com dignidade sua função no campo. Fui realmente privilegiada com aquele primeiro contato com os alunos, pois era recém formada. E acredito que aquela primeira experiência foi mesmo o gênesis do meu crescimento profissional.
Ao retornar para residir em João Pessoa-PB, fui convidada a lecionar no Centro de Estudos Supletivos, no Bairro do Cristo Redentor. Aquela hipótese de que o aluno trabalhador não sabia coisa alguma foi totalmente rejeitada com aquela experiência em Canguaretama/RN. Agora, coloco na minha prática, o que Paulo Freire ensinou: Primeiro aprender, depois ensinar e continuar aprendendo (FREIRE, 19...). Assim, naquela convivência, pude aprender que num processo dialético as contradições vão sendo desveladas e, neste devir , conseguimos algumas mudanças.
Em 1998, fui aprovada num Concurso Público para Professor e fui lecionar em Cabedelo-PB, na Escola Municipal Plácido de Almeida. Ali, pude comprovar a realidade deste sistema capitalista injusto, onde o lucro e o enriquecimento têm prioridade em detrimento da pessoa humana. A minha comprovação prende-se ao fato de que Renascer III é uma comunidade extremamente carente. À época em que ensinei naquela escola, a comunidade apresentava um índice alarmante de violência e um reduzido número daqueles que conseguiam concluir o Ensino Fundamental. Logo no primeiro dia de aula, deparei-me com um carro de polícia à entrada da escola. A gestora informou-me que uma gang havia entrado para retirar da sala de aula um de seus integrantes que ali estava. Durante o tempo que ali passei compreendi que a repressão piorava ainda mais a situação e que o que aquela comunidade precisava era de atenção por parte dos poderes públicos, a comunidade carecia de rede de esgoto, posto de saúde, enfim, o que todos precisam para ter uma vida digna. Os alunos refletiam na sala todo esse processo de coisificação que a comunidade vinha sofrendo. Aos poucos, iniciamos um projeto que serviu como fonte de pesquisa aos três turnos: a criação de uma Hemeroteca. Este foi um dos importantes projetos implementados naquela escola. Hoje, graças a Deus, tenho notícias de que aquele contexto tão ruim daquela comunidade está mudado: os órgãos públicos deram mais atenção e a comunidade tornou-se um bairro mais respeitado.
Atualmente, desejo ingressar no mestrado em Comunicação pela UFPB. Para tanto já iniciei as leituras para preparação do projeto dentro da linha de pesquisa A mídia e o cotidiano.



João Pessoa, 23 de novembro de 2009.

Profª. Virgínia Macedo

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"O SEGREDO É NÃO CORRER ATRÁS DAS BORBOLETAS... É CUIDAR DO JARDIM PARA QUE ELAS VENHAM ATÉ VOCÊ" (

"O SEGREDO É NÃO CORRER ATRÁS DAS BORBOLETAS... É CUIDAR DO JARDIM PARA QUE ELAS VENHAM ATÉ VOCÊ" (
Sorrir ainda é a melhor estratégia: devemos estar sempre com um sorriso nos lábios para contagiar nossos cursistas.

LEITURA OBRIGATÓRIA

  • - A Bíblia Sagrada
  • - O livro didático de Português: múltiplos olhares, org. por Dionísio e Bezerra
  • - O corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo;
  • - O Nome da Rosa
  • -Estética da Criação Verbal, de Mikhail Bakhtin;
  • - Gêneros orais e escritos na escola, org. por Schneuwly e Dolz;
  • - Foucault e Pêcheux na análise do discurso - diálogos e duelos, de Mária do Rosário Gregolin;
  • - Novas Tendências em Análise do Discurso, de Dominique Maingueneau;
  • - Alfabetização e Letramento, de Magda Soares;
  • - Hipertextos E_gêneros_Digitais, org. por Marcuschi e Xavier;
  • - Leitura: múltiplos olhares, org. por Carvalho e Lima;
  • - Teologia Sistemática, de Charles Hodge;

FILMES INTERESSANTES

- O Ilusionista
- Quem quer ser um milionário?
- Em nome de Deus
- As adagas voadoras
- Os narradores de Javé
- O leitor
- entre outros....

Sequência didática para o estudo com gêneros textuais segundo Schneuwly (2004).


1º - O PROFESSOR FAZ A APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO:
1-Qual é o gênero que será abordado?
2-A quem se dirige a produção?
3-Que forma assumirá a produção?
4-Quem participará da produção?

2º O ALUNO É INCENTIVADO A PRODUZIR SEU TEXTO

PRODUÇÃO INICIAL

3º MÓDULOS (aqui o professor vai, juntamente com os alunos, trabalhar as dificuldades encontradas pelos alunos no momento da produção; podem ser vários módulos)

1-O gênero escolhido está de acordo com a finalidade?
2-O texto é coerente e coeso?
3-Os meios de linguagem são eficazes para o gênero escolhido?

4º Após o processo de reescritura, o aluno estará pronto para a sua produção final.

PRODUÇÃO FINAL

RENÚNCIA

RENÚNCIA
A CRUZ