À Carminha,
Vão-se os dedos, ficam os anéis.
Há um ditado popular que diz justamente o contrário do que diz o título desta reflexão, ou seja, vão-se os anéis, ficam os dedos. Este ditado quer dizer que devemos nos preocupar mais com o ser, o ser humano, e não com o ter, o ter material; além de que, quando os anéis se vão e os dedos ficam ainda há esperança, pois as mãos dos dedos ainda estão vivas para reaver aquilo que foi perdido. Mas quando se vão os dedos, o que fazer dos anéis?
Vão-se os dedos de mãos ágeis que lutaram para deixar esses anéis valiosos;
Vão-se os dedos de mãos habilidosas que souberam organizar tão bem um lar, uma casa quanto à limpeza, à ordem dos objetos em seus devidos lugares.
Vão-se os dedos de mãos protetoras que cuidaram de quatro cueiros; que vestiram, ensinaram, corrigiram quatro pessoas, as quais se tornaram PESSOAS;
Vão-se os dedos de mãos ligeiras que cozeram o alimento e em dias de festejos fazia a canjica do São João.
Vão-se os dedos de uma mulher que, no momento de angústia da perda do marido amado, em meios às lágrimas e soluços, com mãos estendidas aos céus, pôde dizer ao Senhor: eu te recebo como meu salvador!
Vai, CARMINHA, MÃE, SOGRA, AVÓ, AMIGA... vai ao encontro do Senhor que já te espera de mãos estendidas.
Vai, CARMINHA, e as tuas obras te seguirão... Em nome de Jesus.
(Tua nora, Virgínia Macêdo, que não soube te amar como merecias)
João Pessoa, 13 de setembro de 2012 (o dia em que foste para os braços do Pai)