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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AVALIAÇÃO GESTAR II

AVALIAÇÃO DO PROGRAMA E AUTOAVALIAÇÃO
GESTAR II
FORMADORA: Virgínia Macedo de Souza Silva
MUNICÍPIO: João Pessoa/PB

AVALIAÇÃO


PONTOS POSITIVOS


O GESTAR II é um programa que nos levou a uma reflexão quanto à nossa prática pedagógica, pois os objetivos internalizados concernentes à educação foram “mexidos” a ponto de reconhecermos que nossas estratégias e procedimentos didáticos ainda estavam na era do bonde – creio que você nem sabe que tipo de transporte era esse – mas é do tempo da nossa (lembre-se de que estou usando o plural de modéstia, você não está incluída) infância (já faz bastante tempo), enquanto o mundo está na era digital, e a tecnologia avança de maneira assustadora. Enfim, tivemos que correr atrás para não ficarmos como meros expectadores das transformações ocorridas no mundo globalizado, e este programa nos deu as ferramentas necessárias para uma mudança de atitude. Podemos então falar de uma prática antes e pós GESTAR.
Esse despertar ocasionado a partir do GESTAR II foi altamente útil para a nossa vida profissional e também pessoal, pois as teorias estudadas, a partir da bibliografia sugerida ao final de cada unidade, ocasionaram uma tomada de atitude proativa que resultou não apenas na melhoria da qualidade dos processos de ensino e de aprendizagem, mas na melhoria da qualidade de vida, uma vez que aprendemos a priorizar o que é realmente importante para o nosso crescimento enquanto seres holísticos.
O ponto chave do programa foi o incentivo à leitura que se constituiu verdadeiramente em um dos fatores decisivos para esse crescimento, já que a leitura é imprescindível em qualquer tipo de investigação científica e serve para o aprofundamento dos estudos e para a aquisição da cultura em geral. E acreditando no poder da leitura, partimos para despertar em nossos cursistas o interesse por ela, e eles, por sua vez, procuraram despertar o mesmo interesse em seus alunos. O efeito dominó começou a surtir resultados positivos.
Conforme afirmou o filósofo francês Foucault (1979), todo discurso resulta de um “já dito”; Backtin, também filósofo, (1981) acrescenta que o sujeito discursivo é constituído por diferentes vozes, as quais se originam de diferentes espaços sociais e de diferentes discursos; por sua vez, Authier-Revuz (1990) diz que essa heterogeneidade pode ser constitutiva – presença de diferentes vozes implícita, não mostrada, na voz do sujeito, e pode ser mostrada – presença de diferentes vozes, marcada na voz do sujeito. Logo, o ato de ler é o veículo primordial à construção de sujeitos autores, já que o nosso texto (oral ou escrito) é o resultado da interação cultural, das situações sociocomunicativas, do conhecimento prévio e dos conhecimentos adquiridos.
O material do GESTAR – os TP, livros de teoria e prática-, as orientações sistemáticas a partir do 2º encontro de formação, a motivação despertada pelo programa, o interesse por uma educação de qualidade, o sonho da melhoria do ensino no nosso Município e o interesse dos nossos cursistas, cuja única motivação foi o desejo de aprimorar os processos de ensino e de aprendizagem, tudo nos aparelhou para o incremento da nova metodologia proposta pelo programa.
Enfim, colocamos em prática a proposta metodológica do GESTAR II e temos alguns resultados positivos: os cursistas se organizaram e estão com um grupo de estudo para continuarem revendo os TP; os seus alunos tiveram uma melhora razoável, dentro do pequeno tempo em que o projeto foi realizado; seus textos estão seguindo um direcionamento a partir de procedimentos didáticos eficazes.
O estudo dos gêneros textuais foi uma ferramenta importantíssima nesse processo, pois a partir do seu estudo sistemático os alunos começaram a compreender os segredos de uma boa redação. Tornaram-se mais participativos, conforme relato dos cursistas, mais interessados em expressarem suas ideias; deixaram os temores iniciais antes da aplicação do programa quando eram solicitados a escrever.
O GESTAR possibilitou a aplicação de procedimentos didáticos nas atividades de leitura e produção de textos, o que antes era feito sem direcionamento; agora, os cursistas já sabem como iniciar um novo assunto, já sabem quais estratégias usar para que seus alunos sejam sujeitos e não apenas objetos nos processos de ensino e de aprendizagem.

PONTOS FALHOS


Contudo, o GESTAR, como o próprio nome sugere, é a gestação de uma nova metodologia, e como toda gestação tem prazo para um resultado, concluímos que o tempo em que o programa se processou não foi suficiente para os resultados esperados.
O início do programa aconteceu com a nossa capacitação em Lagoa Seca no dia 20 de abril de 2009. Vários pontos do programa não foram esclarecidos durante aquela primeira semana, deixando-nos cheios de dúvida quanto a sua aplicação; não tivemos um acompanhamento efetivo via e-mail a fim de que nossos relatórios e blog fossem avaliados.
A Secretaria de Educação do Estado da Paraíba, na pessoa da nossa coordenadora, nos convocou para uma reunião inicial que aconteceu entre os dias 1 a 4 de junho(seleção das escolas, fichas de inscrição, correspondência, pauta da reunião etc), portanto, quase dois meses após o nosso “treinamento”. Nesse primeiro encontro, selecionamos as escolas cujo IDEB estava abaixo de 3.o; telefonamos para todos os gestores e os convidamos para uma apresentação do programa, que aconteceu naquela mesma semana, no dia 05 de junho.
Procuramos, ao apresentar o programa, mobilizar os gestores para que eles incentivassem seus professores, já que a Secretaria não iria oferecer nenhuma ajuda financeira para eles e a programação do curso acarretaria despesas para esses professores, pois teriam que se deslocar de suas casas, pagar do próprio bolso o transporte e o almoço, uma vez que as aulas seriam quinzenais e com carga horária de 8 horas.
A partir desse primeiro contato, marcamos uma apresentação do programa para os cursistas interessados, o que aconteceu no dia 08 de junho. Neste dia, participaram 25 professores. Mas, no dia 13/06, quando demos início a oficina introdutória, apenas 17 se fizeram presentes.
Acreditamos que pela falta de incentivo financeiro, pelas múltiplas atividades dos professores, que geralmente trabalham em mais de uma escola, dos 17 cursistas apenas concluímos os estudos com 12. Além dessas dificuldades, acredito que as oficinas foram mais direcionadas a teoria, uma vez que na nossa avaliação os professores mostraram-se desconhecedores de teorias importantes para a aplicação do programa. Então, aceleramos o ritmo, sugerimos leituras extras, emprestamos nossos livros, solicitamos atividades de resumo das leituras; além da leitura dos TP, enfim, exageramos.
Outro ponto falho foi com relação ao tempo mesmo, pois tínhamos que estar “por dentro” dos assuntos dos 6 livros (TP) e de seus cadernos de atividades; tínhamos que compreender o programa na prática; conscientizar os cursistas da necessidade de aplicarem o programa e isso demandou muito tempo.
As resistências dos cursistas foram muitas e as desculpas mais ainda. Apesar de enviar com antecedência os resumos das unidades e informar as atividades que seriam desenvolvidas no encontro, a maioria deles não lia o resumo, nem o livro. Por isso, enviei e-mail a todos eles revisando as atividades exigidas pelo programa, conforme anexos no portfólio.
Outra resistência que atrapalhou bastante foi a dificuldade em marcar a nossa ida às escolas, o que fizemos com muito esforço. A orientação do registro das atividades desenvolvidas feitas pelo programa também foi outro problema, pois os professores não tinham o costume de registrar os projetos que desenvolviam, por isso esta última semana está sendo uma correria para visitar as escolas e cooperar com os projetos.
Outro fator negativo do programa foi a falta de apoio administrativo do GESTAR. Agora, ao final do curso, informaram-nos que ainda não estávamos vinculados ao programa; a bolsa não foi repassada, conforme anunciado no início do projeto. Tivemos muitas despesas: a compra dos livros sugeridos pelos TP, dos materiais didáticos para dinamizar os encontros, transporte, combustível, enfim, despesas necessárias. Podemos viver de sonhos – cremos que se não fossem nossos sonhos já teríamos desistido deste oficio, mas não podemos viver de vento. Por isso, acreditamos que os últimos encontros foram realizados mais pelo dever do que pelo prazer de quando iniciamos o projeto.
Conforme dissemos anteriormente, o programa exige um tempo para que tudo aquilo que foi abordado nos encontros seja internalizado e venha a frutificar; o programa lançou a semente, ela foi regada pelos formadores, agora, resta-nos aguardar a frutificação dela nos cursistas, e a colheita entre os alunos, o que certamente acontecerá no próximo ano quando os cursistas, com calma e sem cobranças, aplicarão a nova metodologia sistematicamente. Para tanto, comprometemo-nos de estar acompanhando as atividades das cursistas (só ficaram as mulheres, os homens sumiram) em suas salas de aula, independente de exigência ou não do programa, pois entendemos a necessidade de cada uma e não podemos deixá-las órfãs no momento em que certamente precisarão de apoio.

João Pessoa, 23 de novembro de 2009.

Profª. Virgínia Macedo

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"O SEGREDO É NÃO CORRER ATRÁS DAS BORBOLETAS... É CUIDAR DO JARDIM PARA QUE ELAS VENHAM ATÉ VOCÊ" (

"O SEGREDO É NÃO CORRER ATRÁS DAS BORBOLETAS... É CUIDAR DO JARDIM PARA QUE ELAS VENHAM ATÉ VOCÊ" (
Sorrir ainda é a melhor estratégia: devemos estar sempre com um sorriso nos lábios para contagiar nossos cursistas.

LEITURA OBRIGATÓRIA

  • - A Bíblia Sagrada
  • - O livro didático de Português: múltiplos olhares, org. por Dionísio e Bezerra
  • - O corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo;
  • - O Nome da Rosa
  • -Estética da Criação Verbal, de Mikhail Bakhtin;
  • - Gêneros orais e escritos na escola, org. por Schneuwly e Dolz;
  • - Foucault e Pêcheux na análise do discurso - diálogos e duelos, de Mária do Rosário Gregolin;
  • - Novas Tendências em Análise do Discurso, de Dominique Maingueneau;
  • - Alfabetização e Letramento, de Magda Soares;
  • - Hipertextos E_gêneros_Digitais, org. por Marcuschi e Xavier;
  • - Leitura: múltiplos olhares, org. por Carvalho e Lima;
  • - Teologia Sistemática, de Charles Hodge;

FILMES INTERESSANTES

- O Ilusionista
- Quem quer ser um milionário?
- Em nome de Deus
- As adagas voadoras
- Os narradores de Javé
- O leitor
- entre outros....

Sequência didática para o estudo com gêneros textuais segundo Schneuwly (2004).


1º - O PROFESSOR FAZ A APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO:
1-Qual é o gênero que será abordado?
2-A quem se dirige a produção?
3-Que forma assumirá a produção?
4-Quem participará da produção?

2º O ALUNO É INCENTIVADO A PRODUZIR SEU TEXTO

PRODUÇÃO INICIAL

3º MÓDULOS (aqui o professor vai, juntamente com os alunos, trabalhar as dificuldades encontradas pelos alunos no momento da produção; podem ser vários módulos)

1-O gênero escolhido está de acordo com a finalidade?
2-O texto é coerente e coeso?
3-Os meios de linguagem são eficazes para o gênero escolhido?

4º Após o processo de reescritura, o aluno estará pronto para a sua produção final.

PRODUÇÃO FINAL

RENÚNCIA

RENÚNCIA
A CRUZ