Estamos num
mês chuvoso, eu, particularmente, amo a chuva. Quando criança não perdia um dia
de aula nesta época do ano somente porque queria tomar banho de chuva no
caminho para a escola. Fazia barquinho de papel para vê-lo descer córrego
abaixo. Correr pela rua com meus amiguinhos, era uma farra!
Mas a chuva
não serve apenas para as delícias infantis, ela é importante para o cultivo do
alimento, para matar a sede, o sertanejo que o diga! Para a higiene corporal,
higiene da casa, higiene hospitalar, o médico sabe muito bem a importância da
água. Enfim, todas as utilidades que bem conhecemos desse bem maior da
humanidade que é a água.
Os meses de
chuva trazem também certa nostalgia aos nossos corações, como por exemplo, o mês de maio que é um mês em que as
emoções parecem ficar mais afloradas; é o mês das mães, das noivas, é mês do
lar nas Igrejas congregacionais. É um tempo bom para ficar mais recluso no
aconchego do lar tomando uma sopinha quente; ficar embaixo do cobertor ou lendo um
bom livro. E é tão bom quando a gente chega às vezes todo molhado da chuva por
ter esquecido o guarda-chuva, então tomamos um banho quentinho, vestimos uma
roupa quentinha; como é bom ter um lugar seguro e aconchegante para onde
voltar.
Contudo,
acontece algo em meu coração, principalmente à noite quando a chuva está intermitente:
eu fico muito triste e choro em lembrar-me dos meus irmãozinhos que estão na
rua, sem teto, sem cama, sem agasalho, sem cobertor, sem um alimento quentinho,
sem ter onde reclinar a cabeça e por isso,talvez, muitas vezes, se embebedam
para suportar a fome e o frio durante as
madrugadas; sofrem a falta de um lar, de uma família, de alguém que os abrace,
que dê uma palavra de conforto.
Há quem faça
isso, mas são poucas pessoas e, infelizmente, aquelas que os discriminam, que
os chamam de vagabundos e outros até que conseguem atear-lhes fogo, que os matam sem dó nem piedade têm
crescido conforme ouvimos e vimos na mídia.
Se você tiver
um pouco de empatia, coloque-se no lugar dessas pessoas, e perceba como é
difícil ter sua vida privada num espaço público. Imagine-se dormindo num chão,
numa noite de chuva sem um cobertor; sem segurança, entregue à sorte numa
sociedade tão violenta. Imagine-se acordando no meio da rua, sem ter um
banheiro para sua higiene; sem ter um cafezinho quente para tomar; sem ter uma
família nem um lar para onde voltar após um dia cansativo de trabalho, porque a
maioria dos moradores de rua trabalha; eles cuidam dos carros, lavam carros,
limpam para-brisas dos carros dentre outros chamados trabalho informal. A
população em situação de rua não é só pedinte ou drogado, muitas vezes essas pessoas procuram o seu
sustento.
Portanto, não
discrimine, apenas ame como Jesus amou; apenas ofereça o melhor como Deus
ofereceu o seu Filho para salvar o pecador, inclusive eu e você. Somos todos irmãos.
Lembra-se que viemos do mesmo tronco da árvore genealógica! Pois é, todos somos
descendentes de Adão e Eva, por isso, lembre-se do seu irmãozinho que vive nas
ruas.
Mas, graças a
Deus, que há muita gente contribuindo de alguma forma para ajudar a população
em situação de rua. O Globo Repórter mostrou quantos cristãos têm ajudado a
essas pessoas a melhorarem de vida. A reportagem mostrou diversas histórias de
moradores de rua e que muitos deles estão ali não por escolha própria, mas
problemas diversos.
Estudando o
constructo socioeconômico do capitalismo na Europa, entendi como a pobreza
extrema começou e nela se encontra inserida a população em situação de rua.
Acredito, amados irmãos, que a igreja pode mudar a vida dessas pessoas através
do evangelho do Senhor Jesus que é poder de Deus. Jesus é o mesmo que quer
salvar, libertar, abrir portas, curar, resgatar pessoas da pobreza extrema, da
miséria do álcool, das drogas, do crack. Eu acredito nisto!
Todos
poderemos contribuir, é fácil: doe material de higiene pessoal; material de
limpeza; doe roupas, agasalhos. Faça um lanchezinho e leve para eles no final
da tarde, quando eles começam a “via sacra” em busca de papelão para fazer a
sua cama, quando eles buscam uma marquise para se abrigar.
É tão pouco para
nós a quem Deus deu tudo: salvação, emprego, um lar, uma família e uma igreja
maravilhosa como a nossa. É tempo, é tempo, o Mestre está voltando!